Moda verde: como a indústria se reinventa em prol da sustentabilidade?

Ernesto Matalon
Por Ernesto Matalon
Geraldo Aparecido de Vitto Junior

Assim como pontua o sócio e CEO da Bionergia Geraldo Aparecido de Vitto Junior, a indústria da moda, uma das maiores e mais influentes do mundo, é também uma das que mais impacta o meio ambiente. Com a crescente demanda por produtos de moda rápida e o consumo excessivo de recursos naturais, o setor enfrenta pressões para se tornar mais sustentável. Felizmente, muitas empresas e marcas estão respondendo a esses desafios, adotando práticas que visam reduzir o impacto ambiental e promover um futuro mais verde. 

Saiba como a moda está se adaptando a práticas mais sustentáveis, desde o uso de materiais ecológicos até a mudança nos modelos de produção e consumo.

Veja mais a seguir!

Por que a escolha de materiais reciclados é essencial para uma moda mais consciente?

Segundo destaca Geraldo de Vitto, uma das principais mudanças que a moda sustentável está promovendo é a escolha de materiais mais ecológicos. Tradicionalmente, a indústria da moda depende de tecidos sintéticos, como o poliéster, que são derivados de combustíveis fósseis e demoram centenas de anos para se decompor. Para contornar esse problema, muitas marcas estão investindo em materiais naturais e renováveis, como o algodão orgânico, o linho e o bambu, que têm um impacto ambiental significativamente menor.

Além disso, os avanços tecnológicos permitiram o desenvolvimento de novos tecidos sustentáveis, como o Tencel, feito a partir de celulose de árvores cultivadas de forma sustentável, e o Piñatex, um material inovador feito a partir das fibras de folhas de abacaxi. Essas alternativas não apenas reduzem a dependência de materiais não renováveis, mas também são biodegradáveis, o que contribui para a redução de resíduos.

O uso de materiais reciclados também é uma prática crescente na moda sustentável. Marcas estão reutilizando tecidos descartados e até mesmo garrafas plásticas para criar novos produtos, fechando o ciclo de produção e diminuindo a necessidade de extração de novos recursos. Essa tendência de “upcycling” transforma resíduos em peças de moda exclusivas e com menor impacto ambiental.

O que as marcas precisam considerar ao reavaliar seus modelos de produção?

A transição para práticas mais sustentáveis também envolve uma reavaliação dos modelos de produção na indústria da moda. A moda rápida, com sua produção em massa e descarte acelerado, contribui significativamente para a poluição e a geração de resíduos. Como resposta, algumas marcas estão adotando o conceito de “slow fashion” (moda lenta), que prioriza a qualidade sobre a quantidade, promovendo a produção de peças duráveis e atemporais, em vez de seguir tendências passageiras.

Como menciona Geraldo de Vitto, a eficiência energética é outro aspecto importante. Muitas fábricas estão modernizando suas instalações para reduzir o consumo de energia e água, além de implementar processos de produção que geram menos poluição. A adoção de energias renováveis, como solar e eólica, também está se tornando comum, contribuindo para a redução da pegada de carbono da indústria.

Como as campanhas de educação podem influenciar o comportamento de compra?  

Conforme informa o sócio e CEO da Bionergia Geraldo Aparecido de Vitto Junior, a sustentabilidade na moda não depende apenas das marcas, mas também dos consumidores. A conscientização sobre os impactos ambientais e sociais da moda tem crescido, e isso reflete em um comportamento de consumo mais responsável. Empresas estão investindo em campanhas de educação para incentivar o consumo consciente, promovendo a ideia de que menos é mais.

Uma estratégia importante para promover o consumo consciente é o aluguel e a revenda de roupas. Plataformas de aluguel de peças, especialmente para eventos especiais, permitem que os consumidores usem roupas de qualidade sem precisar comprá-las, o que diminui a demanda por novos produtos. Da mesma forma, o mercado de segunda mão tem crescido rapidamente, permitindo que peças usadas ganhem uma nova vida e evitando o descarte prematuro.

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