Conforme apresenta o Pe. Jose Eduardo de Oliveira e Silva, sacerdote católico, teólogo e filósofo, a fé católica sempre reconheceu a importância do diálogo entre a razão e a revelação divina. Para Santo Tomás de Aquino, a razão humana, longe de ser inimiga da fé, pode ser iluminada por ela, encontrando plenitude no contato com a verdade revelada por Deus. O pensamento tomista constrói uma ponte sólida entre filosofia e teologia, mostrando que ambas não se excluem, mas se completam no caminho do conhecimento.
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Santo Tomás de Aquino: a razão iluminada pela fé como caminho para a verdade
A filosofia, segundo a tradição clássica, busca pela via racional aquilo que é verdadeiro, bom e belo. Santo Tomás de Aquino, inspirado em Aristóteles e na Sagrada Escritura, reconhece que a inteligência humana possui capacidade natural para conhecer as realidades criadas. Contudo, há limites que a razão sozinha não pode ultrapassar. É nesse ponto que a fé se apresenta como luz que orienta o intelecto, conduzindo-o a um horizonte mais elevado.
De acordo com o Pe. Jose Eduardo de Oliveira e Silva, o tomismo não reduz a fé a um simples sentimento, mas a compreende como adesão livre e racional a Deus que se revela. A razão, portanto, não perde sua dignidade, mas a fé lhe confere segurança contra erros e amplia seu alcance. Assim, filosofia e teologia permanecem em diálogo fecundo, cada qual respeitando seu método, mas colaborando na busca da verdade última.
Teologia e filosofia em harmonia
Para Santo Tomás, a teologia se fundamenta na revelação, mas não despreza o valor da razão filosófica. Ele mostra que a fé não destrói a razão, mas a aperfeiçoa, oferecendo-lhe novos pontos de partida e confirmando muitas de suas descobertas. A existência de Deus, por exemplo, pode ser demonstrada pela razão, como nas famosas “cinco vias” propostas pelo Doutor Angélico, mas a fé revela o mistério de modo mais pleno e pessoal.
Nesse sentido, como destaca o Pe. Jose Eduardo de Oliveira e Silva, essa harmonia é fundamental para evitar dois extremos perigosos: o racionalismo, que reduz tudo ao que a mente pode provar, e o fideísmo, que despreza a razão em nome de uma fé cega. O caminho equilibrado de Aquino ensina que crer e pensar são atos que se sustentam mutuamente, fazendo da vida cristã uma experiência de verdade integral.
Atualidade do pensamento tomista
Mesmo séculos após sua morte, o pensamento de Santo Tomás de Aquino continua atual. Em um mundo marcado pelo relativismo, onde razão e fé muitas vezes são vistas como opostas, o tomismo recorda que ambas nascem da mesma fonte: Deus, Criador e Verdade suprema. Por isso, não pode haver contradição real entre fé e razão; se parece haver conflito, trata-se de um erro humano, seja na interpretação filosófica, seja na compreensão teológica.
Segundo o Pe. Jose Eduardo de Oliveira e Silva, a lição de Aquino é de grande valor pastoral e acadêmico. Ela inspira a Igreja em seu Magistério, ilumina o estudo da teologia, fortalece a defesa da fé e oferece um método confiável de diálogo com a cultura contemporânea. Nesse sentido, a razão iluminada pela fé continua a ser caminho seguro para quem busca unir conhecimento, espiritualidade e testemunho cristão no mundo de hoje.
Em resumo, Santo Tomás de Aquino mostra que fé e razão não são adversárias, mas companheiras na busca pela verdade. A filosofia abre caminhos, a teologia revela mistérios, e ambas se encontram no mesmo horizonte: Deus. Para o Pe. Jose Eduardo de Oliveira e Silva, sacerdote católico, teólogo e filósofo, esse diálogo é uma ponte sólida que ajuda a Igreja a responder aos desafios do presente sem renunciar à profundidade da Tradição. Assim, a razão iluminada pela fé se torna fonte de sabedoria e esperança.
Autor : Pavel Novikov